Jornalismo

“Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto não torna a começar com mais ardor do que nunca no minuto seguinte."

Gabriel Garcia Márquez

Um pouco do dia a dia de uma equipe de televisão

segunda-feira, 9 de agosto de 2010



No domingo (1º), tive a oportunidade de ir gravar, pela primeira vez, a corrida da galinha, em São Bento do Una. Uma variedade imensa de imagens para serem captadas, muitas cores e muitos personagens diferentes, o que enriquece uma matéria.

Por se tratar de corrida, ainda mais de galinha, isso exige um pouco mais do repórter cinematográfico. As aves correm muito rápido e você tem literalmente que correr também senão acaba perdendo o principal da festa, que é a corrida em si. E por todos esses fatos, você tem sempre que ficar atento no que está acontecendo pra gravar os melhores takes do acontecimento, pegar os detalhes das galinhas, das roupas que vestem nelas, e principalmente a largada e a chegada da corrida evitando sempre entrar na frente de outros cinegrafistas, até porque vem muita gente de outras emissoras cobrir o evento também.

Estava um dia de muita luz o que fez usar o filtro 5600º + ND, ou seja, filtro 3. Como eu sabia que iria me movimentar muito, levei também um microfone sem fio UWP da sony, que possibilita que a repórter possa tomar mais distância da câmera e ajuda na hora de correr.

segunda-feira, 26 de julho de 2010



Achei interessante falar também sobre conteúdos mais técnicos. Então, vamos lá... Todos os equipamentos eletrônicos de captação de imagens necessitam passar por um processo de calibragem ou adequação de seu sistema a fonte de luz predominante, no momento que antecede uma operação de captação. O início desta operação é equilibrar os canais de Vermelho, Verde e Azul com base em uma referência do PRETO e do BRANCO absoluto, através de processadores e softwares instalados no interior do equipamento.

Outro item importante é o “color bars” que é um sinal gerado eletronicamente utilizado para calibrar equipamentos eletrônicos de reprodução de imagens com variações cromáticas. É constituído basicamente pelas cores primárias (vermelho, verde e azul), secundárias (ciano, magenta e amarelo); mais o preto e o branco.

Na câmera eletrônica, a imagem que chega pela objetiva é decomposta com o auxílio de um divisor de cores. Este divisor é constituído de um sistema de espelhos dicróicos no qual cada espelho reflete os raios de determinada faixa de comprimentos de ondas e deixa passar o restante do espectro. Cada uma das três extrações cromáticas resultantes é encaminhada a um sensor CCD que converterá a imagem em um sinal eletrônico digital através de um processamento digital do sinal.


A imagem é tudo para o repórter cinematográfico. E por ter tanta importância é que alguns cuidados devem ser tomados sempre, para que possa obter o maior rendimento possível no trabalho.

Por isso, recomenda-se sempre que possível utilizar o tripé, pois ele dá suavidade e estabilidade às imagens. Muito cuidado com o balanceamento da câmera sempre que mudar de ambiente fazer white balance ou bater o branco, ATW só em ultimo caso, íris sempre no manual, procurar sempre fazer detalhes de imagens relacionadas a matéria que está se fazendo, pois isso enriquece a edição.

Esses são alguns cuidados que devem ser tomados sempre. E mais uma coisa, nunca esquecer de ler a pauta antes de começar a trabalhar, para que se tenha uma ideia das imagens. Também é preciso estar sempre atento e capturar tudo que for relevante a matéria e uma coisa que é fundamental: conversar com o repórter para que as imagens casem com o texto e a matéria saia “redonda”. Anotem essas dicas que poderão ser bem úteis ...

domingo, 11 de julho de 2010





Quando o repórter cinematográfico chega à emissora, pelo menos no meu caso, a primeira coisa que eu faço é um check list do equipamento e alguns ajustes antes de ‘cair no batente’. São eles: Pego a câmera, em seguida coloco a bateria e a fita, separo o tripé e o sungun (iluminador), zero o time code, gravo color bar, verifico o back focus, testo o zoom, ajusto viewfinder, verifico se a lente está limpa, checo em que filtro irei trabalhar e, por fim, faço algum ajuste no menu, se for necessário.

Depois de feito isso, coloco todo o equipamento no carro e vejo se o mesmo está abastecido. Pego o (a) repórter, que por sua vez já pegou a pauta e alguma instrução com o chefe de reportagem sobre como as matérias devem ser feitas. Ai, depois disso tudo é “pé na estrada” e correr contra o tempo. As primeiras matérias são sempre voltando pro jornal de meio dia, então, já viu, se ocorrer um atraso na primeira acontece o efeito dominó e todas vão atrasando por consequência.

Mas sempre dá tempo e quando não dá, se arranja tempo. Quando se trabalha nessa profissão e se tem amor mesmo... Sempre dá tempo. Eu quero ver meu trabalho pronto e aparecendo bem feito. E ele tem que sair com o máximo de perfeição, pois não é só meu chefe quem vai assistir e sim, mais de setenta cidades que vão ver meu trabalho finalizado. Isso para mim, é motivo de orgulho da minha profissão. Tenho a função de levar a quem está em casa um pouco do que eu vejo na equipe de externa e isso, para mim, é uma grande responsabilidade.


Uma das coisas mais importantes em uma matéria se chama “passagem”. É um elemento chave para a matéria. É um recurso que pode ser usado em diversas situações, quando, por exemplo, o repórter é chamado para ‘cobrir’ um acidente, mas não se tem imagens do acidente, então o repórter vai até o local onde aconteceu o fato e, aparecendo na imagem, explica como aconteceu.

Outra ocasião é quando existe uma matéria e fala-se muito em números e estatísticas. Por exemplo, as chuvas que aconteceram agora no estado de Pernambuco. Se tivesse ocorrido uma enchente maior que esta em 1950, por exemplo, o repórter não iria ter imagens do acontecido, mas conheceria os índices pluviométricos daquela época. Nesse contexto, esse dado seria fornecido em passagem.

Outra situação é a mudança de ambiente para que não se provoque um “choque” de imagens. Se uma matéria falasse de um protesto de estudantes e, em uma casa estaria o diretor da escola, então o repórter não poderia simplesmente pular da imagem da rua para dentro da casa. Ele teria de gravar uma passagem dizendo que dentro da casa o diretor espera que seja eleito um representante para discutir o assunto.

E, por fim, quando se trata de assuntos diferentes em um mesmo ambiente como um treino de futebol, por exemplo. Só que o time que está treinando tem um jogador que vai para o exterior, então se mostra imagens e se fala do treino e faz uma passagem dizendo que além do treino existe mais um fato que está balançando o time, a saída do jogador fulano de tal.

Em todos os casos a passagem é muito importante. E mais importante ainda é que ela seja bem feita. Combinada entre o repórter e o repórter cinematográfico. Para que o movimento case certinho com a fala e que possa transmitir o assunto sem perda de teor. Deve ser ensaiada, tomar cuidado com o enquadramento, a luz, se não existe nada que esteja “sujando” a imagem ou o som, se o movimento não está muito longo ou curto demais. Enfim, deve ser muito bem trabalhada. Eu fiz uma passagem de cima de uma ponte na cidade de Altinho com a repórter Luciana Queiroz, a matéria completa está no site www.jcinterior.com.br. Vale a pena conferir para ter uma ideia do que acabei de falar.

domingo, 4 de julho de 2010


Às vezes passamos por situações inusitadas, em que chegamos a locais que a diversidade de imagens é tanta que você fica sem saber por onde começar. Quando se chega nesse ponto, tem que se valer da experiência e da sensibilidade que se tem. Uma coisa nunca deve ser esquecida: o repórter cinematográfico interfere diretamente na matéria, pois a imagem que ele vê deve passar para o telespectador o que está acontecendo realmente no local. Daí a importância da imagem.

O texto é muito importante pra TV não se deve tirar o mérito dele. Mas o nome do veiculo é televisão e não ‘teletexto’. E como diz o ditado: “uma imagem fala mais que mil palavras”. A matéria ideal é aquela que, por exemplo, você está em um bar, a música alta e de repente você olha pra TV e está passando uma matéria no jornal, na ocasião você não ouve o que o repórter está dizendo, mas, só pelas imagens, você entende do que está se tratando.

E para que isso aconteça o repórter cinematográfico deve deixar que sua sensibilidade venha realmente à tona. Afinal, não é só apertar um botão de REC. Tem que saber pra onde apontar a câmera, saber qual é o melhor ângulo, o melhor filtro, trabalhar bem a luz do ambiente, modular bem o áudio. E, sobretudo se colocar no lugar de quem está em casa assistindo. Além disso, é preciso lembrar que trabalhar em equipe é como se fosse uma engrenagem. Começa com a produção e termina no controle mestre. E nenhuma dessa peças pode falhar.




O mundo está em constante evolução. Por sua vez, o jornalismo, em especial, o telejornalismo acompanha essa evolução. A modernização dos equipamentos é uma constante nessa profissão. Já foram usados vários equipamentos: muito grandes, grandes, pequenos, sem áudio, com áudio, enfim vários tipos e modelos até que chegássemos aos que usamos hoje.

Desde as Bell & Howell e as Bolex (que o operador dava “corda” pra que elas funcionassem), que gravavam sem som, até que apareceram as Auricon que captavam o áudio pelo sistema ótico, existia na margem do filme uma trilha onde era gravado o som. Essas câmeras permitiram que o repórter aparecesse, o que dava mais credibilidade as matérias. No estúdio, eram usadas as TK-60 da RCA que eram uma transição dos equipamentos valvulados para os eletrônicos.

De lá para cá já se passaram mais de uma dezena de modelos como as U-MATIC. Que foram substituídas pelas BETACAM. Ótimas câmeras, porém muito pesadas, e com a chegada das DVCAM tiveram seu uso diminuído, mas não substituído de todo, pois a qualidade da mecânica das BETACAM é muito mais resistente. Depois dessas, ainda apareceram as XDCAM que gravam diretamente em mídias de DVD. E por fim, (até o momento) as câmeras que não usam mais fitas ou DVD’s e sim cartões de memória, o que possibilita mais agilidade no momento da captura das imagens, pois é como se você copiasse um arquivo e, sendo assim, o editor não tem que necessariamente assistir a matéria bruta enquanto copia.



Semana passada fui a cidade de Cortês, com a repórter Izabela Barbosa, fazer uma matéria sobre o estrago que o rio tinha feito na cidade. Logo na chegada, era possível ver que existia um tipo de muro de arrimo que impedia que a água invadisse a cidade. Porém, o muro tinha sido levado pela força do rio, o que formou uma enorme cratera bem no meio da rua. A água invadiu uma unidade de saúde que ficava na beira do rio e algumas barreiras, no município, também tinham vindo a baixo pelo excesso de água das chuvas.

Diante de tamanha destruição, eu tinha muitas opções de imagens para serem capturadas. Ao passar da ponte na entrada do município pude ver, do lado direito, casas destruídas e entre elas uma me chamou a atenção. Fui ao carro, peguei o tripé, a câmera e coloquei o filtro dois (5600 K), bati o branco e comecei a trabalhar. Existia uma casa, se eu não me engano era de segundo andar, que um lado inteiro havia desmoronado e lá em cima ficava um quarto (ou o que restou dele) e ainda se podia ver uma cama. Uma imagem bem forte, pois indicava que os moradores não tiveram tempo sequer de retirar os móveis, e que poderiam ter sido pegos de surpresa no momento em que dormiam.

Outra imagem que me tocou muito foi a de uma igreja presbiteriana que foi completamente destruída só restando a fachada em pé. E, mais uma vez uma imagem muito forte. Logo depois da igreja tinha uma bíblia, acho que tinha sido levada pelas águas, mas ela ainda tinha ficado próxima da igreja. Esse tipo de cena sempre toca as pessoas, pois diante de tanta destruição a única esperança vem do alto. A matéria na integra pode ser vista no site www.jcinterior.com.br .

domingo, 27 de junho de 2010




É muito difícil captar esse tipo de imagem. É um momento que se torna complicado, pois é impossível não se sensibilizar com a situação. Aquelas pessoas todas sofrendo com suas perdas materiais e pessoais e você ali, filmando tudo não por estar se aproveitado da desgraça alheia, mas para fazer o seu trabalho. Que nessas ocasiões se torna árduo.

Fazer imagens de ruas, ou melhor, do que restou delas. Combinar com o repórter o “olhar” que se deve dar as matérias... Humanizá-las. Mostrar, ou pelo menos tentar mostrar, um pouco do sofrimento que aquelas pessoas estão passando, tentando não se envolver, pelo menos num primeiro momento. É extremamente difícil.

Voar de helicóptero para muitos é muito bom, mas o que dizer de voar e ver, lá de cima, dezenas de pessoas esperando por um pouco de alimento para matar a fome? Ver as pessoas com lama até os joelhos e dependendo apenas da ajuda de estranhos. É uma sensação ruim, ter que engolir o sentimento e ser profissional. Mas, mesmo sendo profissional não se pode deixar de ser humano e de se comover com os depoimentos e as imagens que se faz nessas ocasiões.


Um cenário de guerra. Foi isso que eu pude observar na cidade de Palmares após a tragédia da recente enchente. Lama por todos os lados, destroços onde antes eram casas. O comércio foi destruído quase por completo e agora, só resta contabilizar os prejuízos deixados pela fúria das águas.

O acesso à cidade está um caos. O trânsito dentro da cidade acontece só por algumas ruas, pois muitas delas estão cobertas de entulhos e restos de móveis e mercadorias que não servem mais pra nada. Pontes, casas, a maioria dos prédios públicos... foi tudo destruído pela água.

Boa parte da população está desabrigada e em alguns locais a ajuda só chega de helicóptero, pois é impossível chegar de carro. Donativos estão chegando de todas as partes do país. A TV Jornal também está fazendo a sua parte e já conseguiu arrecadar toneladas de alimentos e roupas para ajudar essas pessoas.

Para trabalhar nesses locais, o que é imprescindível é uma bota de cano longo, pois a lama é muito alta e como arrastou muitos alimentos, os mesmos apodrecem e não é bom estar em contato com isso. Como a câmera é pesada se puder usar um microfone sem fio é bem melhor, pois assim não precisa necessariamente ir onde o repórter está.

terça-feira, 22 de junho de 2010


Tive a oportunidade de ir à cidade de Barra de Guabiraba na ultima sexta (18) e puder ver algo que nunca tinha visto em toda a minha vida. O que vi foi espantoso, pois apenas o centro da cidade estava fora d’água. Já o restante da cidade... estava coberta pelo Rio Uma. Bairros ilhados, pessoas que perderam tudo o que tinham, casas completamente cobertas pela água.

Eu e a repórter Izabela Barbosa comprovamos o que a força da água é capaz de fazer. Nesse mesmo dia, saímos da TV para irmos para Barra pela BR232 e antes de chegar em Encruzilhada de Bezerros uma ponte estava coberta pela água e não passava nem caminhão. Seguimos então pela BR104 para irmos pela cidade de Agrestina, mas outra ponte também estava coberta pela água. Quando, então, voltamos para a BR232 ai sim o nível da água tinha baixado e conseguimos seguir viagem.

Na cidade de Barra de Guabiraba só se andava de canoa, para fazermos a matéria tivemos de entrar numa [canoa] para pegar as imagens. Um trabalho complicado, pois devido a temperatura estar muito fria, quando se tira o equipamento do carro dá um choque térmico e o viewfinder da câmera embaça o que dificulta muito se enxergar a imagem, a lente também embaça e você tem que estar limpando a todo instante.
No que se refere a parte técnica, recomendo o uso permanente da capa de chuva no equipamento para não molhar e uma observação que um bombeiro me falou: se a canoa virar...solte o equipamento e segure o colete!

quinta-feira, 17 de junho de 2010


Ontem fiz uma matéria sobre a desistência de mais uma “drilha” do São João de Caruaru. Desta vez foi a Gaydrilha que por motivo de falta de patrocínio desistiu de desfilar na avenida Agamenon Magalhães. Das dez drilhas que saiam nos festejos juninos da cidade seis já confirmaram a desistência, e das quatro restantes apenas uma já fez sua apresentação, até agora.

No caso da gaydrilha é realmente uma pena sua desistência, pois desde que foi fundada há 21 anos nunca tinha deixado de participar do São João. Sem contar que foi a primeira drilha fundada da Capital do Forró. Sem dúvida um brilho a menos nos festejos juninos.

Mas, voltando a falar da rotina da produção jornalística, quando as equipes de TV vão cobrir um evento como este, geralmente vamos com um motorista, pois se você estacionar o carro em um determinado ponto da avenida vai ter de andar muito acompanhando a drilha e depois vai andar ainda mais pra voltar pra onde estacionou o carro. Geralmente se faz assim, o motorista vai acompanhando a drilha no final dela, o repórter cinematográfico e o (a) repórter vão no meio do povo fazendo as imagens e coletando as sonoras com os participantes e organizadores, também é comum fazer uma passagem.

Quanto a câmera se trabalha com filtro 3 no inicio e 2 no final devido a mudança de temperatura da luz. E se prepare para coletar muita imagem em movimento, e bota movimento nisso!!!

segunda-feira, 14 de junho de 2010


Na última sexta feira (11), fui à cidade de Sairé para fazer uma matéria que produzimos todos os anos, e que mesmo assim não deixa de ser interessante. A produção de busca-pé da cidade que é conhecida pela tradição em produzir o artefato artesanalmente. Dezenas de pessoas se empenham na fabricação, ao todo são 28 fases até que o produto final fique pronto. Em média são 200 “pancadas” socando a pólvora para se obter o busca-pé pelo qual a cidade é conhecida.


Fomos até a zona rural de Sairé para fazer a gravação das pessoas trabalhando na fabricação. Socando, enlaçando, furando... Gravamos boa parte do processo de finalização e também mostramos os preparativos para a festa do busca-pé cuja tradição já tem mais de 100 anos. Fizemos sonoras com os artesãos e com o diretor de turismo da cidade que falou sobre a expectativa de público e sobre a segurança no local. Afinal, esse tipo de fogo de artifício não é pra qualquer um não, pois chega a ter em média 500g de pólvora.


Gravamos em apenas uma fita, o equipamento usado foi câmera GY-DV500, bateria BP-L130, microfone com fio, fita DVCAM 32. Quanto ao trabalho com a câmera, apenas uma mudança constante entre filtro 2 e 3 devido a variação de intensidade de luz.

Na noite do sábado (05), aconteceu o 24 festival de fogueteiros e baloeiros de Caruaru. Um evento muito importante para os festejos juninos da cidade. E eu fui fazer a matéria desse evento para a TV. Foi uma noite que realmente coloriu o céu do município com todos aqueles fogos de artifício trazidos de vários locais do país.

Uma reportagem bem tranquila de fazer, onde tudo acontecia em apenas dois lugares. No morro bom Jesus onde queimou uma girândola com 12.000 tiros e no Campo do Central onde se apresentaram várias pessoas que são envolvidas com shows pirotécnicos.

Eu e a repórter Luciana Queiroz fizemos o VT que além das sonoras contou com uma passagem e muitas imagens para poder cobrir o texto dela. O equipamento que eu usei fui apenas a câmera com a devida bateria, o sungun e o microfone. Na tv gravamos o OFF e passamos a fita pro editor que fez a captura das imagens e do texto e também a edição. A matéria foi ao ar no TV JORNAL MEIO DIA da segunda feira (07)

domingo, 6 de junho de 2010


É muito bom trabalhar com jornalismo. Principalmente quando se alcança algum resultado com a sua matéria, quando você faz algum tipo de denúncia e as pessoas que são responsáveis em solucionar aquele problema passam a se preocupar em resolvê-lo. Acho que esse é o verdadeiro sentido do jornalismo. Fazer com que a comunidade seja ouvida e fazer também com que os responsáveis façam algo, mesmo que seja pouco, para ajudar essas pessoas.

As matérias de “volta” de problemas do programa O POVO NA TV, por exemplo. É muito gratificante fazer esse tipo de reportagem pra mostrar que o problema foi resolvido. O que nem sempre acontece. Mas quando acontece, é bom você ver que as pessoas estão mais satisfeitas e você saber que aquela satisfação, de um certo modo, foi provocada porque você foi lá no local mostrar aquelas pessoas, expor seus problemas, suas angústias e indignações com o poder público, como acontece na maioria das vezes.

Por exemplo, há um tempo atrás fiz uma matéria sobre uma pedra q estava caindo, e se não fosse feito alguma coisa pra segura-la a mesma iria cair sobre uma casa no Morro Bom Jesus. Esta semana, fui fazer a volta da matéria e a defesa civil já tinha feito um muro de arrimo pra segurar a pedra e ela não rolar morro abaixo. As pessoas estavam bem mais tranquilas com a situação, não custou muito pra prefeitura e só em você ver o rosto de felicidade das pessoas... Isso não tem preço.

Às vezes, dependendo da matéria, não se faz apenas um único procedimento. Existe situação em que precisa se complementar ou incrementar um pouco para chamar ainda mais a atenção do público.

Para se fazer esse ‘incremento’ o repórter usa de recursos que tanto completam ainda mais a matéria quanto atraem a atenção de quem está assistindo. São alguns desses recursos: passagem, teaser, standup, áudiotape.

A passagem é caracterizada pela presença do repórter. Pode vir no começo, no meio ou no fim da matéria e geralmente se caracteriza por alguma informação que não se possa mostrar com imagens, uma mudança de ambiente dentre outras situações em que ela pode (e deve) ser usada. Por exemplo, quando se faz uma matéria sobre acidentes de trânsito onde se fala de uma determinada porcentagem de acidentes que ocorreram. Não se tem imagens desses acidentes então se fala desse percentual em passagem. Em toda passagem o repórter aparece.

O teaser é quando o repórter chama a matéria, geralmente entra na escalada do jornal. Quando o apresentador fala sobre as matérias que irão entrar no jornal, aparece uma pequena entrada do repórter falando sobre o teor da matéria.

Standup é quando o repórter fala sozinho ou com um entrevistado sobre determinado assunto, geralmente algo que não se tem imagem ou um assunto que a matéria seja realizada posteriormente. Entra como se fosse ao vivo, mas é gravado.

Áudiotape é quando se está em um local muito distante da emissora e não tem tempo de enviar a fita para que a matéria vá para o ar. Nesse caso utiliza o recurso de ligar para a emissora e passar as informações via telefone. Coloca-se, uma foto do repórter em mapa para identificar a cidade na qual ele está falando. Entrando no jornal posteriormente a matéria completa.

Por exemplo, o último áudiotape que eu realizei a equipe estava em Floresta quando teve aquele caso da chacina em uma casa da zona rural. A cidade é muito distante de Caruaru, e não teria tempo da matéria entrar no jornal de meio dia. Fizemos um áudio tape para relatar como estava o clima na cidade no dia do enterro de três das seis vitimas, que por sinal eram irmãos. E a matéria completa entrou no jornal da noite.

domingo, 30 de maio de 2010






Esses são alguns dos equipamentos que nós usamos quando saímos para fazer as matérias na externa, são eles: tripé, iluminador, câmera e bateria. São usados sempre, as variações são poucas como nas baterias da câmera, por exemplo, que essa da foto é a BP-L130, mas trabalhamos também com a BP-L100 e a BP-L40 a única diferença entre elas é que quanto maior a numeração mais tempo de gravação ela agüenta.

O tripé é o mini SHII que é da mattedi, uma empresa bem conceituada nesse ramo. Ele é leve e de fácil manuseio o que ajuda na hora da utilização, afinal as equipes não têm auxiliar para carregar o equipamento então quanto mais leve, melhor. Também trabalhamos com o DMS que é bem mais robusto que o mini SHII (e bem mais pesado!). Ambos dão uma ótima mobilidade para o operador.

Já trabalhamos com diversas câmeras como a DSR-300, a PD-150, a D30, todas da SONY. Mas a câmera que trabalhamos atualmente é exatamente essa, a JVC GY-DV500, digital e profissional. O equipamento trabalha com fitas DVCAM e mini DVCAM. Tem uma variação de tempo de fita de acordo com o tamanho da mesma porque ela sempre grava em DVSP, por exemplo, se colocarmos uma fita de 32 minutos geralmente ela grava 51 minutos e não os 32 que a fita indica. É um equipamento muito bom.

O iluminador também é igual a esse da fotografia, só que com uma lâmpada de 50watts, ele não liga na tomada, tem um adaptador CANON ao invés desse plug de tomada que é para pegar em uma bateria de nobreak que fica em uma mochila que carregamos quando usamos esse tipo de sungun.

Depois que pegarmos tudo que é necessário como equipamentos, pautas e o carro, é hora de sair pra externa para fazer as matérias, propriamente ditas. De repente, quando chagamos no local o (a) repórter olha pra você e diz: “vamos fazer uma passagem!”, ou ainda “vamos fazer um teaser!”, ou até “tem um standup pra fazer em determinado lugar!”. No próximo texto eu explico tudo isso.

O grande intuito deste blog é mostrar um pouco da vivência do dia a dia de uma equipe de externa, em televisão. Tirar algumas dúvidas sobre linguagens e equipamentos usados, falar um pouco sobre a rotina e esclarecer um pouco do que acontece na rua, na prática mesmo. Os problemas que encontramos e enfrentamos para que o telespectador receba em sua casa o item fundamental, para qual o veiculo TV funciona, que é transmitir informação.

Às vezes as pessoas sentam em suas casas ligam a TV para assistir a um noticiário e não imaginam a dificuldade que é enfrentada pela equipe, para que aquela matéria esteja ali, editada e finalizada, com todas as informações necessárias para que as pessoas fiquem informadas sobre determinado assunto.

Não é tão fácil fazer televisão. As equipes chegam cedo à emissora, às vezes madrugam. No caso da minha função que é repórter cinematográfico, geralmente se chega a emissora um pouco mais cedo do que a (o) repórter. Isso porque, tem que separar todo o equipamento que vai ser usado: câmera, baterias para a câmera, fitas, tripé, microfone, cabos de áudio, ‘sungun’, baterias para o sungun, case para as baterias do sungun, capas de chuva para a câmera e para o repórter cinematográfico. Dependendo da matéria, ainda levamos mais equipamentos como lente grande angular, tripés de luz, gelatinas, rebatedor, difusor, ufa... é muita coisa!

Mas continuando, enquanto se pega todo esse material o (a) repórter está lá na redação conversando com o chefe de reportagem para saber a previsão de pautas do dia. Depois disso, pegamos as pautas e em seguida o (a) repórter conversa com o repórter cinematográfico para ver o roteiro. Depois disso, seguimos para fazer as matérias na rua... Bem, na rua já é uma outra história!