Jornalismo

“Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto não torna a começar com mais ardor do que nunca no minuto seguinte."

Gabriel Garcia Márquez

Um pouco do dia a dia de uma equipe de televisão

domingo, 11 de julho de 2010





Quando o repórter cinematográfico chega à emissora, pelo menos no meu caso, a primeira coisa que eu faço é um check list do equipamento e alguns ajustes antes de ‘cair no batente’. São eles: Pego a câmera, em seguida coloco a bateria e a fita, separo o tripé e o sungun (iluminador), zero o time code, gravo color bar, verifico o back focus, testo o zoom, ajusto viewfinder, verifico se a lente está limpa, checo em que filtro irei trabalhar e, por fim, faço algum ajuste no menu, se for necessário.

Depois de feito isso, coloco todo o equipamento no carro e vejo se o mesmo está abastecido. Pego o (a) repórter, que por sua vez já pegou a pauta e alguma instrução com o chefe de reportagem sobre como as matérias devem ser feitas. Ai, depois disso tudo é “pé na estrada” e correr contra o tempo. As primeiras matérias são sempre voltando pro jornal de meio dia, então, já viu, se ocorrer um atraso na primeira acontece o efeito dominó e todas vão atrasando por consequência.

Mas sempre dá tempo e quando não dá, se arranja tempo. Quando se trabalha nessa profissão e se tem amor mesmo... Sempre dá tempo. Eu quero ver meu trabalho pronto e aparecendo bem feito. E ele tem que sair com o máximo de perfeição, pois não é só meu chefe quem vai assistir e sim, mais de setenta cidades que vão ver meu trabalho finalizado. Isso para mim, é motivo de orgulho da minha profissão. Tenho a função de levar a quem está em casa um pouco do que eu vejo na equipe de externa e isso, para mim, é uma grande responsabilidade.

Um comentário:

  1. Jailson, companheiro de fardas... kkkkk... meu velho, confesso que demorei a vir dar uma olhada, mas estou impressionado. O tem que você escolheu pra tratar é super original e o que você está escrevendo aqui mostra a diferenciação técnica que vc está buscando. Isso, em um jornalista e, principalmente, em um repórter cinematográfico, é a certeza de uma qualidade sempre crescente. Parabéns, parabéns, parabéns. O texto está muito bom, bem escrito... tô orgulhoso do amigo. Continue, meu velho. Continue! Abração! Vou ficar lendo sempre...

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