Jornalismo

“Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto não torna a começar com mais ardor do que nunca no minuto seguinte."

Gabriel Garcia Márquez

Um pouco do dia a dia de uma equipe de televisão

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Fim da série

As gravações da série chegaram ao fim. Depois de duas semanas de trabalho, quase contínuo pra capturar todas as imagens e fazer todas as passagens necessárias para as três matérias que serão exibidas sobre a construção civil, aqui em caruaru.

Muitas imagens foram gravadas e algumas delas tiveram de ser mais trabalhadas, porém nada que fosse coisa do outro mundo, mas que deixaram as imagens realmente ‘lindas’, ressaltando o tema. Essa que postei aqui no blog me deu um verdadeiro trabalhão, pois tive de procurar uma casa que me desse a visão das obras, que eu já tinha na minha mente. Depois que achei o local queria fazer uma imagem exatamente nesse tom de amarelo queimado. Para isso, gravei cerca de 6 minutos, parado no tripé para que a edição fizesse um movimento de “fast”. O resultado vocês poderão ver quando a série for ao ar.

Agora, só me resta seguir em frente com as matérias diárias para abastecer os telejornais e esperar a próxima série para fazê-la ainda melhor que esta, se Deus quiser!

domingo, 15 de abril de 2012

Série 2




Uma coisa muito importante quando se vai fazer uma série é a escolha dos equipamentos a serem utilizados. As câmeras que a TV Jornal Caruaru está utilizando são do modelo da Sony NX5N, uma câmera muito boa que não utiliza mais a fita DVCAM, passando a utilizar um cartão de memória SDHC. Ela tem a capacidade de gravar até 238 minutos no formato SD e em HD 80 minutos.

O que é mais importante nesse tipo de câmera é a agilidade que ela proporciona na hora da edição, pois uma matéria comum que tem em média 10 minutos (contando todas as imagens, sonoras e passagem), que em uma fita DVCAM levariam os 10 minutos para fazer a captura, no cartão não chega há 1 minuto porque os takes ficam como arquivos em um Playlist e não é necessário “assistir” toda a matéria bruta enquanto se captura.

Além da câmera, é sempre bom levar um microfone sem fio para dar mais mobilidade à repórter. No caso da série sobre construção civil eu indico o uso do tripé, pois existem takes que devem ser feitos com o objeto a ser gravado muito longe, e como pra longe não existe ombro que segure a câmera sem balançar o tripé é essencial. Todo esse equipamento deve ser manuseado com muito cuidado, pois no caso desta série é preciso gravar em ambientes de obras e isso representa muita poeira, cimento respingando entre outras coisas. Por isso, ao fim de cada dia de gravação deixo sempre a câmera para a equipe técnica fazer uma limpeza e deixá-la pronta pra mais um dia de trabalho.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Série



Como escrevi na última postagem, comecei a fazer uma série de matérias especiais sobre a construção civil, aqui em Caruaru. Um tema muito importante, pois estamos passando por uma fase muito boa nesse setor. Vamos mostrar, entre outras coisas, os impactos econômicos que esse crescimento ocasiona, ou seja, o quanto estão valorizados os apartamentos e os terrenos aqui na cidade e também o crescente aumento do poder aquisitivo dos operários da classe.

Outro fator importante é o da oferta de trabalho que as construtoras proporcionam aqui e da busca por emprego de pessoas de outras localidades. Existem pessoas que vem do sertão do estado para trabalhar na construção civil, já que em suas cidades não existem tantas possibilidades de emprego.

Considero esta a parte mais importante da série, pois humaniza o foco das matérias com essa questão. O trabalhador que sai de sua casa, do outro lado do estado, para poder trabalhar e garantir o sustento da família. Lidar com a distância, e principalmente com a saudade dos entes queridos é algo bem difícil. Alias difícil para ambos os lados porque a família também sente falta, mas no final todos entendem que é por uma boa causa.

Gravar uma série é algo que mexe com toda a equipe, pois você tem de se entregar totalmente e passar a respirar aquele assunto, o qual você irá mostrar e prestar atenção em cada detalhe das imagens que serão capturadas para que elas mostrem toda a realidade do assunto. Em cada detalhe da composição do cenário de cada sonora para que não se fuja do foco e principalmente pensar junto com a repórter sobre como fazer de uma forma leve e com um texto preciso cada passagem de cada uma das matérias do especial.

Pois é, um verdadeiro trabalhão! Mas no fim é bem recompensador saber que você conseguiu atingir o público alvo e obter os resultados esperados com a série, que no caso é mostrar para a população que a cidade está num constante desenvolvimento, o que é bom pra todos.

terça-feira, 10 de abril de 2012

De volta ao batente!



Muito tempo já se passou desde a última atualização. Peço desculpas, pois um jornalista deve estar sempre em contato com a escrita, tanto para manter-se com a mente trabalhando quanto para repassar sua experiência de trabalho, como era o que eu fazia e que estou retomando agora.

Durante todo este tempo muitas matérias foram realizadas, muitos fatos importantes aconteceram aqui em Caruaru e na região, que eu não relatei através do meu ponto de vista, do olhar por trás da câmera. Mas, nunca é tarde para começar de novo!

Como disse antes muitos fatos aconteceram nesse tempo que estive ausente. Um que eu lembro bem e que me marcou muito aconteceu em Dezembro de 2011. Foi o caso do acidente entre um ônibus e uma carreta ocorrido na Bahia, que vinha trazendo trabalhadores de Buíque, em que 34 pessoas morreram. Eu viajei tranquilo no domingo pela manhã para fazer o VT e voltar logo em seguida, mas aconteceu um daqueles imprevistos do jornalismo e tivemos que ficar e dormir em Buíque, sem levar roupa ou coisa alguma. A equipe era formada por mim, a repórter Luciana Queiroz e o motorista Flávio Lima. Depois de superados os contratempos, fizemos uma ótima matéria.

Registrar imagens de tantas pessoas mortas não é nada fácil. Lembro bem da cena que eu gravei em que cinco pessoas de uma mesma família eram veladas dentro de uma igreja no Vale do Catimbau. Uma imagem chocante de se ver. A comoção das pessoas e todo aquele choro. Nessas horas não existe rico ou pobre, negro ou branco. A morte não faz distinção nenhuma, apenas leva e não tem como você não compartilhar daquela dor enorme que aflige toda aquela população.

Mas nem tudo é só tristeza. Atualmente, estou gravando uma série de matérias especiais com a repórter Luciana Queiroz sobre um tema bem interessante: a ascensão da construção civil. A cidade está passando por um “boom” nesse setor, que desperta a curiosidade das pessoas comuns e dos investidores. Começamos a fazê-la hoje e talvez só terminemos na próxima semana. Uma série é um material que precisa ser mais bem trabalhado, exige bons enquadramentos, boas imagens, boas sonoras e locações. Lembrando que uma série bem feita pode concorrer a prêmios e seu trabalho ser reconhecido dentro e fora da empresa.

Vou terminando por aqui e assumindo o compromisso de voltar a escrever e a passar a experiência vivida com uma frequência maior, pois a notícia nunca para. Ah, e vale a pena conferir um quadro com o grande compositor Onildo Almeida onde ele relata casos da vida de Luiz Gonzaga, também foi gravado por mim e estreia nesta sexta-feira (13). Um abraço e até mais!