Jornalismo

“Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto não torna a começar com mais ardor do que nunca no minuto seguinte."

Gabriel Garcia Márquez

Um pouco do dia a dia de uma equipe de televisão

domingo, 27 de junho de 2010




É muito difícil captar esse tipo de imagem. É um momento que se torna complicado, pois é impossível não se sensibilizar com a situação. Aquelas pessoas todas sofrendo com suas perdas materiais e pessoais e você ali, filmando tudo não por estar se aproveitado da desgraça alheia, mas para fazer o seu trabalho. Que nessas ocasiões se torna árduo.

Fazer imagens de ruas, ou melhor, do que restou delas. Combinar com o repórter o “olhar” que se deve dar as matérias... Humanizá-las. Mostrar, ou pelo menos tentar mostrar, um pouco do sofrimento que aquelas pessoas estão passando, tentando não se envolver, pelo menos num primeiro momento. É extremamente difícil.

Voar de helicóptero para muitos é muito bom, mas o que dizer de voar e ver, lá de cima, dezenas de pessoas esperando por um pouco de alimento para matar a fome? Ver as pessoas com lama até os joelhos e dependendo apenas da ajuda de estranhos. É uma sensação ruim, ter que engolir o sentimento e ser profissional. Mas, mesmo sendo profissional não se pode deixar de ser humano e de se comover com os depoimentos e as imagens que se faz nessas ocasiões.

Um comentário:

  1. Deve ter sido muito difícil mesmo fazer essa reportagem, como será filmar a tragédia das pessoas..., e ñ poder fazer muita coisa...

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