Jornalismo

“Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto não torna a começar com mais ardor do que nunca no minuto seguinte."

Gabriel Garcia Márquez

Um pouco do dia a dia de uma equipe de televisão

terça-feira, 10 de abril de 2012

De volta ao batente!



Muito tempo já se passou desde a última atualização. Peço desculpas, pois um jornalista deve estar sempre em contato com a escrita, tanto para manter-se com a mente trabalhando quanto para repassar sua experiência de trabalho, como era o que eu fazia e que estou retomando agora.

Durante todo este tempo muitas matérias foram realizadas, muitos fatos importantes aconteceram aqui em Caruaru e na região, que eu não relatei através do meu ponto de vista, do olhar por trás da câmera. Mas, nunca é tarde para começar de novo!

Como disse antes muitos fatos aconteceram nesse tempo que estive ausente. Um que eu lembro bem e que me marcou muito aconteceu em Dezembro de 2011. Foi o caso do acidente entre um ônibus e uma carreta ocorrido na Bahia, que vinha trazendo trabalhadores de Buíque, em que 34 pessoas morreram. Eu viajei tranquilo no domingo pela manhã para fazer o VT e voltar logo em seguida, mas aconteceu um daqueles imprevistos do jornalismo e tivemos que ficar e dormir em Buíque, sem levar roupa ou coisa alguma. A equipe era formada por mim, a repórter Luciana Queiroz e o motorista Flávio Lima. Depois de superados os contratempos, fizemos uma ótima matéria.

Registrar imagens de tantas pessoas mortas não é nada fácil. Lembro bem da cena que eu gravei em que cinco pessoas de uma mesma família eram veladas dentro de uma igreja no Vale do Catimbau. Uma imagem chocante de se ver. A comoção das pessoas e todo aquele choro. Nessas horas não existe rico ou pobre, negro ou branco. A morte não faz distinção nenhuma, apenas leva e não tem como você não compartilhar daquela dor enorme que aflige toda aquela população.

Mas nem tudo é só tristeza. Atualmente, estou gravando uma série de matérias especiais com a repórter Luciana Queiroz sobre um tema bem interessante: a ascensão da construção civil. A cidade está passando por um “boom” nesse setor, que desperta a curiosidade das pessoas comuns e dos investidores. Começamos a fazê-la hoje e talvez só terminemos na próxima semana. Uma série é um material que precisa ser mais bem trabalhado, exige bons enquadramentos, boas imagens, boas sonoras e locações. Lembrando que uma série bem feita pode concorrer a prêmios e seu trabalho ser reconhecido dentro e fora da empresa.

Vou terminando por aqui e assumindo o compromisso de voltar a escrever e a passar a experiência vivida com uma frequência maior, pois a notícia nunca para. Ah, e vale a pena conferir um quadro com o grande compositor Onildo Almeida onde ele relata casos da vida de Luiz Gonzaga, também foi gravado por mim e estreia nesta sexta-feira (13). Um abraço e até mais!

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